A Alpargatas, controladora da marca Havaianas, perdeu R$ 152 milhões em valor de mercado após uma reação negativa do mercado financeiro às declarações do ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro, que anunciou um boicote à marca Havaianas nas redes sociais. A queda das ações ocorreu na B3, na segunda-feira, e foi atribuída ao impacto da repercussão política envolvendo uma campanha publicitária de fim de ano da companhia. O episódio reacendeu o debate sobre os riscos reputacionais para empresas de capital aberto diante de temas políticos e reforçou a sensibilidade dos investidores a movimentos que possam afetar a percepção da marca e o desempenho das ações no curto prazo. A Alpargatas encerrou o pregão com queda de 2,39%, com os papéis cotados a R$ 11,44.

A reação do mercado foi motivada por uma campanha de fim de ano estrelada pela atriz Fernanda Torres, que afirmou não desejar que as pessoas “comecem o ano com o pé direito”, dizendo preferir que o público inicie 2026 “com os dois pés”. A mensagem, segundo a peça publicitária, tem como objetivo estimular uma postura mais ativa, menos ligada à sorte e mais à ação. No entanto, o ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro interpretou a mensagem como política e anunciou um boicote à marca nas redes sociais, o que gerou uma ampla repercussão nas plataformas digitais e pressionou as ações da Alpargatas. Esse episódio ilustra como eventos extramercado, especialmente aqueles ligados à imagem institucional, podem gerar volatilidade relevante nas ações de companhias listadas. O risco reputacional é uma preocupação crescente para as empresas, que precisam lidar com a percepção do público e dos investidores em um ambiente cada vez mais polarizado.

A queda das ações da Alpargatas também reflete a sensibilidade do mercado a movimentos que possam afetar a percepção da marca e o desempenho das ações no curto prazo. Isso pode ter implicações operacionais para a empresa, que pode precisar rever suas estratégias de comunicação e marketing para minimizar o impacto de eventos extramercado. Além disso, o episódio destaca a importância de uma gestão de riscos eficaz para as empresas de capital aberto, que precisam estar preparadas para lidar com crises e eventos inesperados. A governança corporativa também desempenha um papel fundamental nesse contexto, pois as empresas precisam garantir que suas práticas de gestão sejam transparentes e alinhadas com os interesses dos investidores.

Em um mercado cada vez mais complexo e interconectado, as empresas precisam estar atentas às tendências e aos movimentos que possam afetar sua percepção e seu desempenho. A Alpargatas é um exemplo de como uma empresa de capital aberto pode ser afetada por eventos extramercado e como a gestão de riscos e a governança corporativa são fundamentais para minimizar o impacto desses eventos. Neste sentido, companhias que possuem uma cultura organizacional sólida tendem a enfrentar menos riscos e reveses oriundos de demandas políticas.

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