O dólar comercial reagiu à desaceleração econômica no Brasil e às expectativas sobre juros nos EUA, fechando a segunda-feira com variação de -0,8%, valendo R$ 5,4148. Essa reação está relacionada à queda do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em outubro, que aumentou a percepção de perda de tração da atividade econômica no final do ano. Além disso, o mercado manteve a projeção de câmbio em R$ 5,40 para o fim de 2025, indicando estabilidade nas expectativas.

A manutenção da taxa Selic em 15% pelo Banco Central (BC) reforça o viés conservador da política monetária, o que, combinado com a desaceleração do crédito e da atividade econômica, tende a pressionar expectativas de crescimento. A concessão de crédito rural caiu 16% no primeiro semestre de 2025, refletindo inadimplência mais alta e critérios ambientais mais rígidos, o que limita a capacidade de investimento no agronegócio. Embora haja aumento no número de contratos, com valores médios menores, o movimento indica maior pulverização do crédito, mas menor robustez financeira. A inflação, medida pelo IPCA, teve sua projeção reduzida para 4,36% em 2025, permanecendo dentro do teto da meta do Banco Central, o que reforça o cenário de desinflação gradual.

O cenário econômico é influenciado também por fatores externos, como as expectativas sobre juros nos EUA e a greve dos trabalhadores da Petrobras, que não afetou a produção de petróleo e derivados, mas ainda é monitorada pelos investidores devido a potenciais desdobramentos sobre governança e custos. O câmbio é afetado pelo juros elevados, que continuam funcionando como amortecedor, mas o enfraquecimento da atividade limita ganhos do real. A Selic se mantém em 15% pela quarta vez consecutiva, demonstrando cautela do BC em relação às expectativas de inflação e crescimento econômico.

Nesse contexto, o mercado de câmbio permanece atento às sinais de desaceleração econômica e inflação controlada, o que pode impactar a cotação do dólar. O real tem sido influenciado pela combinação de fatores internos e externos, e sua cotação tende a refletir as expectativas de crescimento econômico, inflação e juros, tanto no Brasil quanto nos EUA. A percepção é de cautela, mas sem deterioração adicional do cenário, o que sugere estabilidade nas expectativas de câmbio para os próximos meses.

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